quinta-feira, 1 de julho de 2010

Três álbuns pra você ouvir e, espero, se alegrar

Bem, ontem comecei a pensar que entre eu tentar escrever críticas longas e cheias de argumentaçao (sim, de agora pra frente, adeus ao til! porque uso um teclado alemao e desisto de saber como inserir o til), mas nunca ter coragem de reservar um tempo para fazê-las e ser capaz de fazer alguma anotaçaozinha rápida e despretensiosa, penso que nesse caso é melhor um pouco do que nada.
Primeiro porque no fundo gosto de escrever, só tenho preguiça de começar. E porque quero contar nao sei a quem sobre os filmes e os álbuns que descobri. Segundo porque alguém pode gostar (por que nao?) de ler sobre coisas que podem potencialmente lhe interessar.
Começando, eu gostaria de falar de...

...três álbuns que nao apenas nao sao depressivos, mas sao felizes

Mesmo sendo tao diferentes daquilo que meu histórico musical diz que eu gosto (os Anthonys e Thom Yorkes que eu adoro), sim, gosto dos 3 álbuns que seguem:

Kasper Bjørke - Standing on Top of Utopia



Até semana passada, eu desconhecia a existência desse DJ dinamarquês, que faz um som refinado e sexy (você lembrará dessa última característica ao escutar a voz dele). Ouvi as 10 faixas do seu Standing on top of Utopia pescando no Youtube, duas inclusive têm clipes oficiais, Young Again - que gostei bastante da cançao e do vídeo - e Efficient Machine - música razoável, mas o clipe me deixou um pouco embaraçado.
Como adoro a voz dele, nao é de estranhar que minhas cançoes preferidas sejam as que de cara já chegam com vocais cheios de presença e sensualidade, como Alcatraz e Young Again. Mas Great kills, sem vocal, tem uma coisa que me lembra Fever Ray e um processo de entrar em um transe, que me faz achá-la ótima.

Erlend Øye - Unrest



Já faz um tempo que li o nome Erlend Øye em algum blog pela primeira vez. Uns 5 anos. Lembro que já intui à altura que isso pudesse ser bom. Depois, em Goiânia, percebi que alguns DJs que eu conhecia, que eram os que tocavam um som mais alternativo, gostavam dele. Alguns gostavam demais. Mas continuei sem dar ouvidos porque já estava muito ocupado fazendo meu vale de lágrimas com o Anthony (Anthony and the Johnsons) ou legitimando o ódio que eu sentia pelo mundo com o Placebo.
Assim foi. E talvez foi assim porque inconscientemente eu soubesse que algum dia na minha vida, ou melhor, que em alguns momentos da minha vida cinza e melancólica, eu ia querer ser feliz. E foi num dia ou num momento desses que decidi escutar o Unrest do Øye.
Pra mim, o álbum é todinho ouvível. Em casa, eu falo, pra ambientar uma reuniaozinha com um ar gostoso e fresco, por exemplo. É um som que permite dois tipos de relaçao com ele: simplesmente ouvir e apreciar se deliciando, e a outra relaçao é a esperada pelos DJs quando decidem tocar uma música: que você embale no som e comece a dançar.
Porém as cançoes de Unrest nao oferecem ocasiao para dançar pulando ou tendo uma crise epiléptica. Nem mesmo o álbum do Björke, mais extrovertido que o do Øye, oferece tal possibilidade. O álbum desse norueguês nao tem nada de efusivo e ainda assim é alegre e levemente sensual, como se ele existisse para reiterar o que eu já pensava: que a efusividade nao pode ter nenhuma funçao útil ou positiva. A voz do Øye permanece calma mesmo quando ele canta algo como que um rap eletrônico na faixa Prego Amore.
Antes de terminar, vale dizer que as bandas Kings of Convenience e The whitest boy alive também sao projetos do talentoso Erlend. Confesso que ainda nao conheço esta última, e pelo que conheço do Kings, está claro pra mim que a versao mais feliz e com menos melancolia do Erlend está em trabalhos assinados como Erlend Øye mesmo, como este Unrest.  

Yeasayer - Odd Blood



Minha relaçao com o Yeasayer (YS), mais uma banda originada no Brooklyn, teve uma evoluçao rápida e por isso talvez, mas só talvez, termine logo.
Começou semana passada, quando fiz meu sagrado login semanal na Lastfm para descobrir qual seria o próximo imperdível concerto que aconteceria aqui por perto (perto, neste caso, significa Holanda, Bélgica e norte da Alemanha. Moro na Alemanha, perto de Köln ou Colônia e a cerca de 150km de Amsterda, por exemplo.) e que eu perderia por falta de coragem de ir sozinho, e descobri nao a existência do Yeasayer, mas a existência deste que me pareceu - pela cara do layout do site muito bem desenvolvido - ser o festival anual de rock alternativo mais famoso, badalado e concorrido da Bélgica e adjacências, o Rock Werchter, que acontece de hoje até o dia 4 http://www.rockwerchter.be/).
Semana passada eu quis simular comprar um ticket no site do festival torcendo para que eles já tivessem acabado, e assim poder amenizar meu pesar por já saber a priori que eu nao ia, e constatei que todos os tickets para os 4 dias de festival estavam vendidíssimos. Nem unzinho, para sossego do meu espírito.
Bom, nao vou listar a procissao de bandas que eu gosto e que deixei de ver ao vivo, quem quiser saber que visite a página do RW (também às vezes eu me indago sobre a relevância e a pertinência de um concerto ao vivo para minha vida, mas deixemos por ora essa divagaçao...). O importante é que foi aí a primeira vez que ouvi dizer do YS e fiquei curioso, mas ainda nao pesquisei as musicas deles.
Dois dias depois, fui a uma loja de discos que gosto de ir visitar aqui na cidade, só pra dar uma conferida no panorama e depois: a) fuçar a internet todiiinha até encontrar e baixar ilegalmente (feeeio, sei) ou b) em nao encontrando ou em encontrando e gostando muuuito, comprar na Amazon por ser mais barato do que na loja física.
No meio desse panorama, lá na loja, descubro o Odd blood do YS e volto pra casa, nao com o disco, mas com a certeza de que eu devia pesquisar essa banda e resolver a situaçao dela para comigo de uma vez por todas.
Nesta tarde, Youtubei por horas as cançoes desses garotos felizes de New York e fui gostando de ver o poder que eles tinham de também me deixar feliz. Na tarde seguinte, que foi ontem, voltei à loja meio que hipnotizado e voltei pra casa com o Odd blood (estranhamente, na Amazon estava 2 euros mais caro).
Odd blood às vezes é estranho, mas quem passa pelo filtro dessa possível estranheza de algumas faixas, descobre que afinal existe uma melodia envolvente escondida em outras camadas da música, sem falar das faixas que já saltam aos ouvidos como agradáveis de  ouvir, como Ambling Alp, Madder Red, I remember e O.N.E, mais pops e melódicas. 
Odd blood é para aqueles momentos que você quiser dizer sim, se você, como eu, também tiver alguns. O que esses garotos parecem fazer é celebrar o mero fato (?) de estarem vivos cantando e brincando com tambores africanos, violoes, guitarras e sintetizadores.

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