sexta-feira, 16 de setembro de 2011

CRETA

Creta, um diário

Grécia, a irmã europeia


A Grécia é até agora o país europeu mais brasileiro que conheci: tem esse delicioso caos orgânico no ar - do qual tanto se queixa no Brasil e tanto se pode sentir falta quando não se vive mais naquele país; essa vida que foi se desenvolvendo à força do sol e do sangue e que não se deixa - simplesmente porque não pode - organizar-se sistematicamente tal como a civilizadíssima e frouxa vida da Alemanha ou da Europa do Norte.


A arquitetura das casas, sem a necessidade de paredes de um metro de espessura como na Alemanha para isolar seu interior do frio; o arranjo das vilas, como que pousadas sem planejamento nem geometria sobre as nuas montanhas da ilha e como que crescidas seguindo apenas a mesma lei que faz as plantas buscarem o sol; a pracinha no centro da cidade grudada à igreja matriz e margeada por um ou mais bares cujos fregueses são homens e nunca mulheres - a sociedade patriarcal-sexista-machista; a religião reinando do seu jeito surdo sobre os costumes e as opiniões de um modo que já não o pode fazer em muitos outros países europeus; os homens machos-ingênuos pré-corrupção metrossexual ou pré-compreensão antropológico-política da homossexualidade; a imensa quantidade de carros em uma vila tão pequena, especialmente caminhonetes - automóvel que nunca vi na Alemanha - enfim, isso e muitas mais coisas não me diziam que eu visitava um pedaço da Europa, mas me lembravam do Brasil e da própria vila em que vivi até os 21 anos, para o bem ou para o mal, conforme a perspectiva que eu escolhesse pensar.

Já no primeiro dia em Creta, dirigindo por entre automóveis sem placa frontal e motoqueiros sem capacete, R. me prediria sorridente: “Até o fim dessa viagem vais descobrir que no fundo és mediterrâneo, filho!”, e eu sorriria fascinado pela ausência de leis no trânsito cretense, e me lembraria de Goiânia ou de Luanda.

No entanto, para os autores dos dois guias de viagem que levamos conosco, o que chamo aqui de “delicioso caos” só podia ser negativo, pois esses livros decidiram acabar com a raça de Creta de um jeito bem menos bondoso do que eu já ouvira antes dizer sobre Maiorca. Inclusive eu já tinha entendido, depois de todas as conversas que presenciara na Alemanha sobre essa ilha, a maior das baleares, que ela encarnava o turismo cafona e massificado. Mas agora, segundo a opinião dos dois livros sobre Creta, essa ilha parecia superar folgadamente o turismo barato de Maiorca. Na opinião dos livros, Creta é para onde vão as hordas de turistas escandinavos pobres e gordos a fim de conseguir seu sol anual ou estudantes alemães incapazes de juntar dinheiro suficiente para os deixar aterrissar bem na frente de uma boate em Ibiza. Nem eu nem R. sabíamos disso antes de comprar nossos bilhetes, e R. sabia apenas que nenhum dos seus amigos tinha estado na Grécia, sem saber ao certo o que isso podia significar.

Mas da mesma forma que eu concluiria alguns dias depois, pela experiência, que os guias de viagem não mentiam e talvez nem mesmo exagerassem os pontos negativos da ilha grega, também saberia que é possível fugir à fealdade e ao tédio do turismo massificado. Para isso, duas coisas decidiram na alteração bastante positiva de nossas percepção e interação com a ilha: as duas habitações em que nos hospedamos, ambas isoladas da massa turística; ou melhor, três coisas, se considerarmos também o carro que tivemos ao nosso dispor durante toda nossa estada.


 

Com o vento, na montanha


A primeira habitação, onde ficamos uma semana, foi um bangalô no alto da montanha e, logicamente, longe da praia, oferecido pelo casal Helena e Babi. Babi, um desses gregos machos-ingênuos, de cabelos negros e bigode opulento; por não falar inglês, sorria mais do que a esposa, que sabia esse idioma e que precisava usar menos o sorriso como linguagem. Vez ou outra, esquecendo-se de que nós não falávamos grego, ou simplesmente querendo se comunicar, ele soltava algumas frases nessa sua língua divertida.

O bangalô era espaçoso e me soou agradavelmente familiar; diferente das outras viagens, em que não podíamos cozinhar no hotel e em que eu era forçado a romper com meus hábitos alimentares, ali estávamos quase como em casa, com panelas, geladeira e uma horta - isso melhor do que em casa, onde não tínhamos uma! - com tomates, pepinos, berinjelas e melâncias orgânicos inteiramente à nossa disposição, e eu gostei do ritmo calmo e pouco ansioso que nossa vida ali recebeu.



Nos três primeiros dias houve um vento cinematográfico que especialmente à noite - no raríssimo silêncio que aqui ela possuía - trazia um misto de embevecimento e suspense e, antes, enlaçava-nos e oferecia-nos àquela mesma terra com vegetação rasteira e agreste que ele varria e onde as cabras berravam para se ouvir umas às outras e assim encontrarem juntas o campo onde deveriam dormir. Finalmente encontrados sem o arsenal a que recorremos diariamente para dispersar nossa atenção da nossa natureza mais elementar e da posição de nossa existência na complexidade do universo, fomos capazes de ouvir o vento noturno e as cabras buscando um campo para passar a noite e entender que nossa humanidade pode ser muito mais cúmplice do vento e das cabras do que imaginávamos antes de subir a montanha.


O bangalô da Helena permitia uma vista semelhante à que se tem quando se viaja de avião e ele prepara para pousar. Era embevecedor sentar na varanda como quem paira sobre o mundo. Sob nossos pés, estavam algumas vilas mais próximas da montanha seguidas por Heráklion, a capital da ilha, à beira de um mar já esfumaçado pelos 16 quilômetros de distância do bangalô.

Krousonas, a vila imediatamente antes da montanha onde se situava o bangalô, não era bonita nem especial. De bom, talvez o fato de que não fora lembrada pelo turismo e de que seguia calmamente os seus dias sendo apenas o vilarejo que era. Ninguém ali falava inglês e R. adorava saber-se num lugar em que a língua nacional reinava e ria dessa língua internacional e também adorava vivenciar as deliciosas alternativas comunicativas que surgem desse contexto.

Ali compramos algumas vezes. Lembro-me aqui, com um sorriso no rosto, da história dos queijos: a esposa quis nos sugerir um queijo mais macio, mas o marido fez cara feia pra ela e nos sugeriu um mais curado, aromático e macho; cada um dos dois nos ofereceu um pedacinho para provar e, incapazes de decidir entre os dois ótimos queijos ou antes, sem querer ferir a opinião de nenhum dos dois, levamos queijo em dobro. No geral, as frutas também eram boas, e as pequenas pêras da ilha, doces e suculentas.

No único café da cidade, tomamos uma vez durante o dia um frapê - um café cremoso e gelado, famoso entre a juventude grega. No momento de pagar, o barman, um simpático rapaz que imagino ter a minha idade, pergunta-me num inglês mais árido que o meu se posso fazer uma foto com ele porque me pareço com seu amigo. Faço a foto contente, mas depois não consigo me convencer dessa desculpa do grego.


Durante a semana que passamos na montanha, descemos algumas vezes para ir à praia, o que significava dirigir pelo menos duas horas apenas para ir, por estradas sinuosas, curvas que exigiam cuidado constante e penhascos perigosamente bonitos. Ao descer a montanha, eu descobriria que um som muitíssimo mais comum na ilha do que o berrar das cabras era o chiar das cigarras que habitavam gloriosamente cada uma das milhares de oliveiras presentes em toda a ilha - parecia que nossa montanha era o único lugar onde elas não viviam - e enchiam nossos ouvidos durante o percurso até o mar.


Um dia na praia não se encerrava sem um desses abundantes jantares gregos em algum restaurante que descobríssemos entre o mar e o bangalô. Com a pele salgada - sem banho de chuveiro - e com shorts, comíamos alguns mezédes - as pequenas e diversificadas porções gregas que despertam uma ansiedade que nos faz desejar provar tantas que, no final, come-se mais do que se comeria num jantar com um prato convencional. E o que nos esperava no final desse exagero - a curtíssimo prazo, porque a médio eu deixo de pensar! - era a sensação de que não precisávamos disso tudo e de que a comida só foi abundante, mas não maravilhosa.

Logo entenderia que tínhamos de ser cuidadosos na nossa relação com os sedutores mezédes, assim como entenderia que era impossível eu não sair bêbado de um jantar grego - parecia que os vinhos irrompiam do chão bem abaixo das mesas do restaurante - e que os restaurantes tinham de possuir no mínimo um gato para que pudessem funcionar.

Nos jantares, ao pagar a conta, empanturrados e bêbados, víamos que esses herdeiros de Dioniso ainda podiam mais: e nos mergulhavam em mais álcool - adeus o reinado do vinho, era a vez do ouzo - um destilado de casca de uva com cerca de 40% de teor alcoólico servido silenciosamente sempre no momento de pagar o jantar em todos os restaurantes a que fomos - juntamente com berrantes melâncias vermelhas; vinho, ouzo, melância, tudo germinado do árido solo de Creta, tudo cultivado por mãos de Babis bigodudos e morenos pelo sol. E no Brasil não se pode fazer nascer uma pêra...


Voltar pra casa à meia-noite, tragados pelo vento e pela escuridão, e termos de dirigir por duas horas por entre as envenenadas curvas da ilha, era uma aventura de que eu podia prescindir, mas até que nos transferíssemos para a outra habitação mais próxima do mar, R. teria de conduzir o carro à contragosto pelas rodopiantes montanhas de Creta. Isso mudaria a partir do oitavo dia na ilha com nossa transferência para um apartamento alugado numa pousada bem mais próxima do mar.

Nesse novo endereço teríamos menos o sentimento do épico - que tínhamos isolados num bangalô praticamente sem vizinhos no alto da montanha - nele teríamos vizinhos, a pousada tinha cerca de 10 estúdios e, apesar de não parecer esplendidamente exclusiva como os bangalôs da Helena, estava bem longe de se assemelhar aos colossais hotéis cinco estrelas de 292 suítes e salas de café-da-manhã do tamanho de pistas de patinação cheias de crianças birrentas vendidos pelas agências de viagem. E pensar que um dia eu pensei que isso fosse chic ao olhar nas revistas de turismo as piscinas que esses hotéis sempre têm que podem acomodar uma orca, e ser seduzido por tanta pompa. Que bom que R. mudou meu gosto.


 

Na praia, com as ninfas



Na manhã do oitavo dia chegamos à pousada das Ninfas e fomos recebidos por Pepi, a sazonada e solitária deusa, e única ninfa presente na pousada das Ninfas; docemente delicada e esvoaçante como se espera que esses espíritos sejam. Alaranjados cabelos displicentemente presos no alto da cabeça por florzinhas que colhera nalguma mítica floresta, vestido verde delicioso como o vento e sandálias de velcro porque afinal ela parecia preferir subir as escadas solidarizando-se com seus hóspedes a flutuar. Apresentou-nos nosso invulgar apartamento nas cores bordô-turquesa - “ninfas têm bom gosto!”, eu pensara - e com um sorriso fez surgir sobre a mesa uma cesta de frutas e uma garrafa de vinho. “Que gentis são as ninfas!”, dissera R.. “Que gentis e que chics!” - completara eu - “porque a gentileza é chic!” Já não havia mais ninfa no apartamento quando terminamos de dizer essas coisas. Alguém bateu à porta. “I found these flowers for you!” - e ela, já do lado de fora, entregou a R. um vaso com singelas mini-rosas como as que tive na infância no jardim de casa. E sumiu novamente.


O apartamento era menor do que o bangalô, mas certamente mais bonito e charmoso. A vista era menos imponente, mas a proximidade do mar era um luxo que não tínhamos na montanha. Aqui teríamos de dirigir bem menos para poder tomar banho salgado e as alternativas gastronômicas se multiplicariam - Heraklion, a capital, ficava a menos de 10 quilômetros, e Rethymnon, a segunda maior cidade, a cerca de 70; mas quilômetros que seriam percorridos numa ampla estrada nacional e não em tortuosas estradinhas - isso faria toda a diferença no momento de dirigir.

Nesse primeiro dia, gostei de conhecer e já tentei aproximação com a família de gatos que vivia na pousada. A gata-mãe me pareceu amorosa e carente.


No segundo dia, descobri que a piscina da Pepi era refrescante na medida certa pra mim e adorei; já quase podia me contentar apenas em ver o mar durante meu banho em água doce, porque confesso que água salgada sempre me irrita um pouquinho.

Nem mencionei antes a piscina da Helena, pois era como se não existisse pra mim. De água tão fria, apenas R. podia reinar ali sozinho, porque ninguém senão ele era capaz de usufruir desse luxo mal executado oferecido por Helena no alto de sua montanha.

Os dias seguiriam gostosamente calmos em semelhança àqueles passados na montanha. No café, comeríamos as suculentas e doces uvas e pêras da região com o bom pão que os cretenses também sabiam assar; o untávamos com azeite e comíamos com tomates frescos, queijo e sardinha. Depois, piscina, sol, vento, visão do mar e leitura. Eu terminaria de ler “Diante da dor dos outros”. No almoço, R. cozinharia um dos seus cremosos arrozes mediterrâneos - mesmo que eu não goste muito de sépia ou de mexilhões, eles sempre serão cremosos - e sentaríamo-nos na varanda como dois reis que têm o mar. A gatinha manhosa miaria abaixo do nosso estúdio, o mais alto da pousada, e eu me sentiria satisfeito. Na garrafa do vinho presenteado, o rótulo pareceria-nos dizer mais do que apenas da bebida: “Kritikos Topikos” era seu sugestivo nome. E assim satisfeitos iríamos para o mar, com uma bola que eu encontraria na piscina, de que me apropriaria durante toda minha estada e que faria minha festa nos banhos seguintes.


Eu perceberia que em Creta as praias, por alguma razão, não podiam ser muito alegres e viçosas como o são no Brasil ou em Menorca. Aqui elas eram áridas e pouco verdes; não tinham palmeiras como eu espero das praias.

Num desses dias, tentando conhecer uma praia mais bonita nas proximidades de Rethymnon, terminamos por entrar acidentalmente num hotel-clube que possuía uma praia particular. Estacionamos o carro sem problemas com a segurança do local, pegamos nosso aparato de banho: um feio saco preto contendo a bola e uma mochila com toalhas, livros e câmera, e nos infiltramos pelo sem fim de jardins que nos levaria à praia exclusiva.

O hotel era imenso e tinha uma piscina capaz de acolher folgadamente uma orca. Na porta de um dos apartamentos, li o número 2252 e me perguntei perplexo o que ele poderia significar. Os labirínticos jardins não possuíam um galho desarranjado; a grama era curta e brilhante. O conjunto todo lembrou R. das primeiras viagens que fizera com os pais na década de 70 - quando esse hotel com seus jardins teria sido inaugurado e assim, imutavelmente, percorrido as décadas.

Lembrei-me do Ricardo Scamarcio no delicioso “Éden a oeste” - tudo aqui assemelhava-se tanto ao clube que seu personagem invade nesse filme, que imaginei estar exatamente na mesma locação usada na película do Costa-Gavras. Imaginei a câmera atrás de mim e a deliciosa missão de usurpar aquele mar e aquela praia. Não foi difícil encontrar a saída do labirinto seguindo um garçon com uma bandeja de bebidas. Sorri para dois funcionários que encontrei no meio do caminho, acenei um “tchauzinho” para um hóspede que procurava uma mesa vazia na sala de jantar que dava para o jardim, treinei dizer a um suspeitoso segurança “we are in the room two hundred forty-two”, e finalmente a praia se revelou. Sem ser muito mais especial do que as outras em que tínhamos estado, mas refrescantemente proibida, e a bola que eu trazia no meu saco de mendigo foi humilhada pelo colchão de ar que alguém deixara na areia simplesmente para eu poder realizar meu sonho de experienciar o poder e a glória que é subir em um desses colchões. Nunca rira tanto num banho de mar. Na saída, pra minha definitiva alegria, encontramos um chuveiro de água doce; nem foi preciso usurpar também a piscina, coisa que estávamos dispostos a fazer.


Na terceira manhã na Pousada da Pepi, vejo desde nossa varanda a gata ser aliciada por um hóspede na sua varanda; sinto-me enciumado e decido agir. Horas depois, desço do apartamento, encontro a gata lá embaixo e a chamo com calma e paciência para o nosso apartamento. Suspeitosa, mas carente, não foi difícil conduzi-la até a varanda e exibi-la ao hóspede vizinho. Ofereci-lhe o melhor queijo que tínhamos e ela miou pra mim como quem prometesse fidelidade. R. cozinhava um dos seus risotos. A partir daqui eu a chamaria de Willycat, a feminina e manhosa Willy. Mas quando eu e R. nos sentamos na varanda pra comer o risoto, estávamos sozinhos, e só no dia seguinte eu entenderia um pouco a estranha fidelidade felina.



Aconteceu que na manhã seguinte ouvi da minha cama um miado muito próximo e miei também porque posso me comunicar eximiamente com os gatos. Willy então miou manhosamente; sentei na cama e a vi deitada numa das cadeiras da nossa varanda. Ela subira bravamente pelas colunas e varandas dos outros estúdios - pra conseguir comida ou pra estar em nossa companhia, não importava - para repousar na nossa varanda e eu gostava disso.

Por volta do nosso penúltimo dia na pousada, sentia-me íntimo de Willy e podia miar pra ela da varanda que ela me respondia e nos visitava em seguida, subindo corajosamente pelas outras varandas. Achava divertida nossa comunicação animal. Nesse dia também me dei conta de que não lembrara de molhar as flores que Pepi nos ofertara e me senti levemente envergonhado por cuidar tão mal de um lindo presente. Peguei-as na mesa onde teimavam milagrosamente viçosas, pois estavam há quase uma semana sem receber água, e quis molhá-las imediatamente, mas assim que as tive perto dos olhos percebi desconcertado que eram de plástico! R. quis abafá-las imediatamente no armário na tentativa de educar a ninfa, mas eu ri, percebendo nesse episódio novas semelhanças com o Brasil e deduzindo que a avó de S. também era uma ninfa e que as duas seriam amigas se se conhecessem.


Era nosso último dia em Creta. Na manhã seguinte quando Willy subisse pelas varandas, fosse para nos acordar ou para conseguir uns pedaços de queijo, encontraria apenas a cadeira de bambu onde poderia repousar antes de descer. A viagem chegara ao fim e, sim, R., eu era mediterrâneo e Heráklion era Goiânia, e tinha seu Goiânia Shopping com uma praça de alimentação efervescendo com jovens alegres e desatentos. Se eu entrasse nesse ambiente, descobriria que aqui, tanto como ali, esses jovens se perfumam, não gostam de ler, falam alto sobre assunto nenhum, têm blackberries, desejam um Ipad 3, pensam em propor sexo a uma amiga e nunca pensam em coisas tristes. Alguns passos saindo do shopping para qualquer direção já são suficientes para se chegar a algum bar ou boate. Pergunto-me como duas cidades tão distantes e que se ignoram mutuamente podem possuir tanta similitude, mas sem desejar saber se existe resposta, apenas aceito sorrindo essa constatação.
 


2 comentários:

  1. looks like a stunning place

    www.pinstripeprince.blogspot.com

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  2. Hey Charleston, thanks for the visit! Can you good portuguese? ;-)
    I already visit regularly your blog, and you remind me of a dear friend in Brazil.
    For now I live in Germany , how about you?

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