sexta-feira, 24 de abril de 2009

A beleza da morte em Gus van Sant




Gerry é o filme mais lindo que vi do Gus van Sant. Não vi todos deste autor, mas duvido que algum caminhe tanto pelo sublime como este. Gerry é pra se ver sozinho num dia em que o coração estiver em paz. Não é um filme de ação, no sentido mais radical. Nâo há ação no filme, não acontece NADA e também há pouquíssimos diálogos, e, apesar disso ou por causa disso, o filme é poético e sublime. Obra centrada na imagem e na experiência visual, Gerry é como uma pintura impressionista. Poesia visual irretocável, como o também belíssimo russo Euforia, para pausar a imagem e suspirar. O áudio supersensível também é outro pilar decisivo para a experiência de Gerry. Não resta dúvida alguma neste sentido após a cena de cerca de 5 minutos em que os Gerrys caminham, numa fusão que os faz parecer um só, sobre um chão pedregoso, o som rítmico que sai de sob seus pés, a câmera quase pousando sobre seus narizes, a respiração una e ofegante. Estamos com eles. Estamos perdidos.

3 comentários:

  1. Nunca tinha ouvido falar desse filme. Ele é de quando? Sou fã de Elephant, para mim o melhor do diretor até agora. Depois vem Paranoid Park. Os filmes mais conservadores dele (Procurando Forrester e Genio indomavel) não me agradam tanto.

    Gerry está mais para o lado conservador ou para o experimental? Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Gerry merece muito ser visto pela delicadeza no trato do tema. Acho-o um filme ousado e experimental, entre outras coisas, pelas doses corajosas de silêncio. Abço!

    ResponderExcluir