sábado, 25 de abril de 2009

The mudge boy



Já faz um tempo que assisti a esse filme humilde e belo. Chegou com a calma da vida no campo e cheio de uma sinceridade que só podemos atingir em nossos momentos mais brilhantes, apresentando o estranho e introspectivo Duncan Mudge. Foi um dos filmes que mais mexeu comigo nos últimos 5 meses pela terrível identificação que encontrei no seu protagonista - o mudge boy do título. Já tive minha fase Duncan Mudge que hoje visita minha mente apenas como um fragmento impreciso e obscuro da minha triste infância. "Triste" é o que penso hoje, com essa minha tendência irresistível a ler tudo o que compõe meu passado sob uma lente nostálgico-melancólica, porque, à época em que fui eu mesmo um Duncan, não julgava ser triste; julgava ser infância apenas.
O filme acompanha as tentativas de Duncan - um adolescente que vive com o pai em mais um dos cus-do-mundo, aqui, uma fazenda nos Estados Unidos, e cuja única amiga é uma galinha que ele sempre tem consigo - de se conectar às pessoas, de comunicar-lhes alguma coisa do seu hermético universo particular. Tentativa desastrosa de integrar-se com certo desespero, de fundir-se à massa dos gestos que eram de todos: fazer amigos, rir, sair, beber. Neste encontro ele aprenderia um pouco mais de si mesmo, como os caminhos alternativos que a sexualidade pode seguir. E também sofreria, por ser Duncan quem e do jeito que ele era.
A bonita atuação de Emile Hirsch no papel principal emociona. Aquela cena do abraço entre pai e filho!, cheia da urgência que tem os seres que precisam transcender a linha dos seus universos e se encontrar com outros em algum momento, quase me fez soluçar. O final é emocionalmente brutal e desconcertante.

Um comentário:

  1. Esse é um tipo de filme que dá um soco no estômago das pessoas, e brilhante mas como "Dance in the dark" só deve ser visto uma vez.

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